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Ilustração: Caravana para Loulan

“Caravana para Loulan”, minha illustração particiante do Global Game Art Contest 2019

Eu gosto de concursos de arte! Não são necessariamente uma forma exata e justa de avaliar artistas – não acredito que isso exista – mas são ótimas ocasiões para:

  1. Estudar de forma intensa e direcionada. São, de certa forma, projetos e provas que escolho fazer. Ajudam a focar em objetivos de aprendizagem claros.
  2. Compensar a falta de educação formal em arte no currículo. Enquanto não tenho uma vasta lista de clientes grandes, meu currículo como ilustrador depende fortemente do meu portfólio e de conquistas paralelas como as obtidas em concursos.

Por esse motivo, quando eu ouvi falar do Global Game Art Contest, decidi que era hora de tentar. Organizado por empresas asiáticas, o nível técnico dos participantes é em média bem alto.

Existe a opção de participar como estudante e não competir com profissionais experientes do mercado. Mas não estudo em lugar algum no momento.

Ou seja, participar do GGAC significaria no mínimo tentar vencer artistas chineses habilidosos e experientes: Impossível.

Perfeito!

Não, eu não me acho pronto para tentar algo assim. Mas essa é a questão: eu acredito fortemente que você só se torna realmente capaz de atingir um objetivo… quando o atinge.

Enquanto isso não acontece, você realmente não estará pronta(o) e continuará assim. Nada vai mudar essa situação, só o ato de “conseguir”. E para conseguir é necessário tentar.

E na verdade “conseguir” nem é meu grande foco nesta primeira tentativa. Mas sim aprender. Parar e pensar no que preciso fazer para chegar minimamente mais perto do nível dessas pessoas e agir com base nisso.

E foi o que eu fiz.

Embarcando no Desafio

O tema deste ano foi o reino perdido de Loulan. Uma cidade próspera fundada em 200 a.C., na entrada da Rota da Seda na China, mas que sumiu repentinamente do mapa em meados do século III.

Apesar de descobertas arqueológicas importante no começo do século passado, ainda pouco se sabe sobre a cidade. O GGAC 2019 convida artistas a criar cenários, personagens e/ou ilustrações que explorem esse mistério. Seja buscando a máxima acuidade histórica ou trilhando os caminhos da fantasia e ficção científica.

Após diversas pesquisas, esta foi a história que criei pra ter como base para a ilustração:

O Reino de Loulan encontrou um tipo especial de areia que se dissolve no ar e pode ser usada para gerar energia. Sua tecnologia avançou rapidamente e caravanas de todo o mundo vinham visitar a cidade mágica.

Acreditando que a areia especial era infinita, o povo de Loulan começou a usá-la de forma descontrolada. Em determinado momento, chegaram a levitar toda a cidade usando o poder.

Algumas pessoas dizem que a substância mágica eventualmente foi esgotada e Loulan caiu e desmoronou. Outros dizem que seus estudiosos encontraram uma forma de criar a areia mágica a partir de grãos normais e a cidade flutuou até as estrelas. Talvez nunca saibamos…

Eu comecei a pintura poucas semanas antes do fim do prazo para envio. Na maior parte do tempo eu estava estudando. O Artstation Learning surgiu no meio desse período e com certeza fez muita diferença.

Drafts
Alguns thumbnails antes de escolher a composição final.
Algumas etapas da pintura.

Preciso da sua ajuda!

Uma característica do GGAC é que apenas 40% dos envios passam para a etapa de avaliação dos jurados. Não faço questão de vencer, mas queria muito ao menos ter meu trabalho revisado por eles.

A organização decide quem avança com base na popularidade dos trabalhos, que medem através de visitas, votos, curtidas, comentários e outras interações na página da arte no site da competição: https://www.ggac.net/work/detail/10758

Só de visitar o link acima você já aumenta a “popularidade” da minha pintura e ajuda um pouco. Mas as outras interações contam muito mais! O problema é que o site é meio complicado, mas fiz abaixo um pequeno manual de como proceder:

  1. Acesse a página de cadastro, informe o celular com código de área – sem 0 no começo e sem parênteses ou espaços – e clique em “Obtain the Code” no campo de “Verification Code”.
  2. Deve chegar um SMS com um código, preencha o campo com esse código.
  3. Defina uma senha e clique em “Register.”
  4. Caso o login não seja efetuado, tente logar na página de login (a opção de Mobile Sign-in costuma funcionar melhor).
  5. (Opcional) Mude o idioma do site para inglês descendo até o rodapé e clicando em “English”.
  6. Acesse a página da minha ilustração e curta, vote, etc.

A “filtragem final” acontecerá no dia 15 de outubro. Até lá conto com o seu apoio e desde já agradeço imensamente!

Para quem quiser acompanhar a minha colocação na minha categoria (Ilustração, modalidade Profissional), só acessar aqui!

Entrevista para a Iron GM Games

Recentemente eu tive a oportunidade de prestar serviços à Iron GM Games criando pinturas para o projeto mais recente deles, o Grimmerspace. Uma ambientação e conjunto de aventuras de ficção científica e terror compatível com o RPG Starfinder.

Foi uma experiência incrível para todos os envolvidos! Ficaram tão empolgados que quiseram me entrevistar logo em seguida, para mais pessoas conhecerem meu trabalho. E você pode conferir a conversa logo abaixo, traduzida livremente daqui. E em seguida há outro pequeno trecho traduzido de uma nova postagem que fizeram, a respeito do segundo poster que produzi para eles.

Artista em Foco: Victor Maristane

A Iron GM Games queria pegar um poster que aparece na parede de um dos ambientes da aventura  Abattoir 8 e criá-lo no mundo real, para que os apoiadores pudessem pendurá-lo em suas paredes também. Nós sabíamos que teríamos que fazer uma busca ampla e distante para encontrar um tipo muito especial de talento.

Nosso Diretor de Arte, Rone Barton, tinha em mente um poster no estilo dos anos 1940, com elementos Sci-Fi. E ele encontrou o talentoso artista capaz de cumprir e ultrapassar isso em Victor Maristane.

Contemple o resultado brilhante! 

A Entrevista

Victor, é sempre difícil colocar coisas grandes em caixas pequenas, mas conte-nos um pouco sobre você.

Coisa grande?! Eu sei que ganhei alguns quilos ultimamente mas isso foi ofensivo! Foi mal… Não consigo deixar passar a chance de fazer piadas sem graça.

Eu estou focado em ilustração agora, trabalhando em uma empresa local de jogos (depois de 7 anos estudando e trabalhando com TI e meio que querendo morrer e depois quase morrendo de fato durante a mudança de carreira). Mas mesmo antes dessa mudança eu fiz várias coisas artísticas ao longo dos anos. Incluindo um projeto que se tornou meio viral em 2015, meu premiado webgame Escola ou Prisão.

Código, pincéis, tijolos… Deixe-me perto de uma coisa por tempo o suficiente e tentarei fazer arte a partir dela.

Eu sou do Brasil e acredito que isso tem alguma influência no meu gosto por ironia e sarcasmo. É um dos lugares mais violentos do planeta mas também tem o maior e mais alegre Carnaval. E a desigualdade social é brutal por aqui. É ironia e contraste por toda a parte. E esse é o tipo de coisa que gosto de explorar nos meus trabalhos. O contrate do retrofuturismo, a ironia de alegres pôsteres vintage com mensagens ou implicações sombrias e coisas do tipo.

A arte de Grimmerspace sempre foi pensada para se aglutinar em uma estética reconhecível. Você acredita que Grimmerspace desenvolveu seu próprio “visual” e, em caso positivo, como você o descreveria?

Eu acredito que está chegando a um visual bastante único, sim! Claro que muito dele ainda está evoluindo e maturando, mas definitivamente eu gosto de para onde as coisas estão indo. Algumas partes me lembram os jogos da série Oddworld, pelos aspectos de “capitalismo industrial alienígena”, e também o humor e leve escatologia. Mas indo por uma estética mais humana/humanoide. E os toques de retrofuturismo me remontam aos primeiros jogos de Fallout, que adoro. 

E há o tema central de “magia + ficção científica + terror” que soa bastante único por si só e me traz um ar meio Duna (tanto a de Lynch quanto a que Jodorowski nunca concluiu). Mas sem tentar preguiçosamente imitar os trabalhos de H. R. Giger, como se tornou tão comum em “terror de ficção científica” ultimamente. Então temos a abordagem mais livre e menos entediantemente “científica” do sci-fi dos anos 80, com as combinações estéticas ímpares dos grandes jogos dos anos 90. Tudo embrulhado em visuais contemporâneos no estado da arte. Parece bem revolucionário para mim.

Criar para o Grimmerspace expandiu o escopo da sua obra ou imaginação de algum modo, ou você frequentemente sonha acordado em lugares mais sombrios?

Eu de fato sonho acordado em lugares sombrios constantemente, mas Grimmerspace realmente me levou a outros níveis. Todas essas combinações malucas de conceitos são simplesmente incríveis e abrem muito a mente! E sobre minha obra, eu fiquei inclusive bastante grato pela experiência porque nunca fui contratado antes para fazer este tipo de trabalho em específico, embora eu ame. Eu fiz algumas peças um pouco nessa linha – por diversão, nunca pago – ao longo dos anos, com esperanças bem distantes de que alguém algum dia se interessaria nisso em vez de elfos e orcs super renderizados e coisas do tipo. Mas atingiu o alvo para o que Rone e Lou estavam querendo e todo mundo ficou feliz com isso.

O que mais lhe empolgou sobre trabalhar neste projeto? 

A oportunidade de dar o meu melhor em uma estética que adoro e pratico mas nunca tive antes uma chance real de explorar mais a fundo. E agora é “Nós amamos, por favor nos dê mais!” Isso é extremamente gratificante. Eu sinto como se tivesse sido finalmente encontrado, sabe? Como se eu fosse feito para isto e chegou a hora de apenas partir pro abraço e dar o meu melhor. E também foi um prazer enorme trabalhar com Rone e Lou, realmente pessoas ótimas de se interagir. E ser parte de algo tão grande e relevante é simplesmente incrível!

Quais são os seus aspectos favoritos do poster que você criou para o Grimmerspace? 

Eu gosto de como eu consegui colocar tudo que Rone e Lou pediram para incluir nele, sem ficar uma grande bagunça. Eu confesso que entrei em pânico no começo, mas em seguida o desafio me empolgou e eu avancei com tudo, pesquisando, estudando e pedindo feedbacks sempre que necessário. As coisas acabaram ficando bem harmônicas, para falar a verdade. Das cores à composição, simplesmente é uma boa sensação para meus olhos. E acredito que é a cena mais complexa que já pintei. E foi uma sensação incrível ultrapassar essas barreiras e atingir novas alturas com o meu trabalho.

Nós veremos mais das suas obras-primas contribuírem para o Grimmerspace no futuro?

Eu pensei em criar suspense para esta pergunta mas não consigo segurar. A resposta é um enorme SIM! Este foi apenas o começo de uma grande parceria! Preparem-se para muito mais!

Quer ver mais do trabalho de Victor?

Site:  https://www.maristane.com/ 

Instagram: Instagram.com/victormaristane

Um Novo Pôster

Tradução livre de: https://www.kickstarter.com/projects/agrestasaurus/grimmerspace/posts/2540571

Vários de vocês ficaram tão impressionados quanto nós ficamos com o pôster retrofuturista de Victor Maristane. Representa um cartaz que está nas paredes na aventura no Abattoir 8 e nos permitiu demonstrar o estilo de arte específico da Attien Combine, que diverge da arte do Grimmerspace em geral. Foi criativamente libertador.

A questão é que há um segundo pôster descrito como fixado nas paredes desse mesmo abatedouro orbital. Nós realmente queríamos que Victor o criasse, mas não tínhamos nenhum jeito fácil de adicionar como mais uma recompensa para uma meta estendida…

Então decidimos simplesmente comprá-lo como extra. 

Como agradecimento, estamos adicionando este pôster aos níveis de apoio “All-In” e superiores. Também estará disponível como um acréscimo no gerenciador de apoios após o fim da campanha no Kickstarter.

Este novo pôster foi projetado para ficar bonito ao lado do outro poster, com a operária de frente para o monstrinho na parede da sua sala de jogo.

A poesia em radiografia do Sentença de Sorte

Em fevereiro de 2015 eu estava passando por um momento complicado emocionalmente. Quase sempre nessas situações me recupero ao me voltar à arte, em especial a poesia. 

Inspirado por iniciativas como o Eu Me Chamo Antônio e o Pó de Lua e abraçando meu lado ilustrador, decidi experimentar um pouco com micropoemas e poemas visuais. Eu guardava muitas tranqueiras “para fazer arte algum dia”, dentre elas algumas radiografias. Não sei bem o que causou o estalo, mas em algum momento decidi usá-las como tela.

Assim surgiu o Sentença de Sorte

Resultados

Em 7 meses de atividade, produzi 22 artes e expus em eventos como o Abril pro Livro, o IV Controverso Urbano, Ciranda Literária e no evento de 1 ano do Dajaneladomeuonibus. Vendi algumas também, especialmente versões pequenas que eu fazia na hora em eventos. E mencionei o projeto na entrevista que dei para a TV PE em 2016 sobre diversas iniciativas minhas na época. Inclusive deixei uma das radiografias “no balaio” que dá nome ao programa:

Sorte Sentenciada

Desde setembro de 2015 a iniciativa está quase completamente parada e não tenho planos de retomá-la. Mas tenho planos de… ressignificá-la algum dia. Talvez incluir em um livro maior com meus poemas.  Além de colocar as restantes que fiz para vender em algum lugar.

Nesse meio tempo, fica aqui um registro das 22 artes feitas para o projeto. Também podem ser vistas no meu site, onde há algumas fotos adicionais.

MerMay 2018 – Temas Oficiais em Português

Minha sereia para o tema do dia 11, “Rebelde”. Veja no instagram.

No mês de maio existe um desafio informal chamado “MerMay”, onde ilustradores desenham sereias (“mermaids”) durante o mês de maio (“may”). Há uma lista de “temas oficiais“, várias listas alternativas e a grande verdade é que ninguém precisa seguir lista nenhuma, mas optei por seguir a oficial #virginiano. Estou postando desenhos desde o dia 1 na minha página Vic Maristane e também no meu instagram! Confiram!

E para ajudar os amiguinhos que estão com dúvidas sobre alguns dos termos da lista oficial em inglês, decidi colocar aqui a tradução de cada tema. Alguns termos possuem vários significados, vou incluir os principais.

1 – Snooty = Esnobe, metido(a).

2 – Precocious = Precoce

3 – Racy = Atrevido(a), enérgico, vigoroso

4 – Star Wars Day = Dia Star Wars

5 – Fluid = Fluido

6 – Rocked = Abalado(a), balançado{a), embalado(a)

7 – Pirate = Pirata

8 – Masculine = Masculino

9 – Wanderer = Andarilho(a)

10 – Sweetheart = Querido(a), amor, amado(a)

11 – Rebel = Rebelde

12 – Strange = Estranho

13 – Golden = Dourado

14 – Threaten = Ameaçar

15 – Behemoth = Beemote (monstro gigante)

16 – Urgent = Urgente

17 – Propose = Propor (em geral usado para casamento)

18 – Rockstar = Astro do rock

19 – Feels = Sente/Sentimentos

20 – Foreigner = Estrangeiro(a)

21 – Weekend = Fim de Semana

22 – Sweet = Doce

23 – Pet = Bicho de estimação

24 – Approach = Aproximar-se, abordar, abordagem

25 – Competition = Competição

26 – Frustration = Frustração

27 – Western = Ocidental; Relativo ao Velho Oeste

28 – Lonely = Solitário(a)

29 – Daddy = Papai

30 – Captured = Capturado(a)

31 – You as a Mermaid = Você como sereia/tritão

 

Espero ter ajudado! Se estiver participando do MerMay, deixe aqui nos comentários sua página ou perfil com os desenhos!

 

A arte nos olhos de quem vê: 10 “constelações urbanas” inspiradoras

Eu e uma amiga estávamos conversando num café na Polidório, tentando ter mais ideias de projetos artísticos para inscrever no VI Salão UNICO. A que já tínhamos, “Invisíveis”, envolvia esculturas transparentes para mostrar realidades da cidade que parecemos nos recusar a ver.

De alguma forma, ao longo da conversa, a ideia evoluiu para mostrar novas coisas na cidade. Talvez projeções do que as pessoas achavam que deixaria determinado local melhor. Pensamos em coisas complexas, pensamos em Realidade Aumentada.

Alguns goles de café depois, surgiu a ideia do Constelações Urbanas. “Mas será que vai dar pra ver tanta coisa assim?”, foi a dúvida da minha amiga. Eu disse que achava que sim.

Abrimos o Google Maps e começamos a brincar. Depois de apontar dois ou três formas que enxerguei, ela se convenceu de que podia dar certo. Mais do que isso, começou a compartilhar da minha empolgação.

De um projeto que visava mostrar as coisas que as pessoas não viam na cidade, passamos para um projeto que mostra o que elas veem. E o que elas veem, meus caros, é arte :), e me sinto extremamente feliz toda vez que lembro que ajudei a criar esse ambiente para libertação da imaginação das pessoas.

E a ideia é que as constelações transcendam para as ruas. Selecionamos algumas para imprimir e colar em um muro em Nova Descoberta como parte do VI UNICO, e em breve devemos fixar outras pela cidade também.

Nesse pouco mais de um mês de projeto, pessoas de várias idades e de vários lugares diferentes já contribuíram, totalizando mais de 100 constelações aprovadas. A seleção abaixo mostra algumas das minhas favoritas:

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Como Fazer “Cinemagraphs” no Photoshop

Oi, pessoal, tudo bem?

Desde que publiquei o post anterior tenho recebido várias dúvidas sobre como fazer cinemagraphs usando o Photoshop. Então achei uma boa idéia sanar (quase) todas de uma vez e fazer um tutorial específico para ele :).

Usei o Photoshop CS4 em inglês para produzir este tutorial, com um vídeo cedido pela visitante Sheslla, que puxou bastante minha orelha para ajudá-la com cinemagraphs :P. Obrigado, Sheslla! E parabéns pelo belo vídeo :D, que pode ser visto abaixo:

Cliquem nas imagens caso queiram ampliá-las.

1 – Importando o vídeo para o Photoshop.

Vá ao menu File > Import > Video Frames to Layers.

Selecione o arquivo de vídeo desejado. Em seguida surgirá uma janela para que você determine um intervalo de frames (quadros) do vídeo que serão importados como layers (camadas) dentro do programa. Configure o “pedaço” do vídeo que deseja, marque a opção Make Frame Animation e confirme.

Caso o painel Animation não esteja visível no seu programa, vá ao menu Window e marque a opção Animation. Nesse painel, as layers aparecem como frames. O número abaixo da miniatura de cada quadro é a duração (em segundos) do quadro na animação.

2. Alinhando os quadros.

Os desafios encontrados durante a produção de um cinemagraph dependem do que se deseja fazer, e do material que se tem disponível. No caso do que estamos fazendo, um dos problemas encontrados foi o movimento da câmera durante a gravação do vídeo.

Uma solução para isso é ir no menu Edit > Auto-Align Layers. Uma nova janela se abrirá, com as opções do comando. No nosso caso só precisamos reposicionar as camadas de modo a alinhá-las, por isso foi selecionada  a opção Reposition, e confirmada a operação.

Dependendo das dimensões e da quantidade de camadas, pode levar um bom tempo até a conclusão do alinhamento. Vá tomar um cafezinho :P.

Após esse processo, muito provavelmente será necessário cortar alguns excessos da área da imagem. Isso pode ser feito com a ferramenta Crop (C). Simplesmente selecione a área que deseja manter e pressione a tecla Enter.

Aperte o botão de play no painel Animation para verificar se em nenhum quadro restaram áreas “vazias”. Caso tenham restado, use a ferramenta Crop novamente.

4. Mantendo determinadas partes da animação “estáticas”.

Agora a parte que mais interessa! E a mais simples :P…

Selecione a camada que contém as áreas que você deseja que fiquem “estáticas”. Duplique a camada e a coloque acima de todas as outras. Em seguida selecione a ferramenta borracha, e escolha um Brush com bordas extremamente suaves.

Agora apague na camada duplicada toda a área que você deseja que se mova durante a animação.

Ta-dah! Se você tiver apagado certinho, quando executar a animação verá que as áreas não apagadas parecerão “estáticas”, como desejado.

5. Ajustes finais.

Aqui aplicamos algumas outras táticas, como remover frames muito parecidos com o inicial e o final e aumentar a duração destes (é só clicar duas vezes sobre o frame e as opções aparecerão).

6. Salvando a animação GIF.

Agora é só ir no menu File> Save for Web and Devices, selecionar o formato GIF na parte superior direita, e brincar com as outras configurações caso queira alterar a qualidade/tamanho do arquivo final. Ao terminar, clique em Save e selecione o local de destino.

Pronto, a mágica está feita, eis um cinemagraph :D! Vejam o resultado final (talvez seja necessário clicar para abrir o .gif em movimento):

Caso tenham alguma dúvida ou sugestão, podem mandar ver, estou aqui para isso :D!

Abraços!

Como Fazer “Cinemagraphs”

Ultimamente têm se falado em vários blogs sobre as impressionantes fotografias animadas de Jamie Beck, que começaram a ser postadas em seu perfil no tumblr.

Imagens .gif animadas não são novidade, nem mesmo as que usam esse conceito de “partes imóveis + partes em movimento”. A grande sacada de Beck foi usar o conceito artisticamente, e não humoristicamente, como é o comum.

Exemplo de GIF que já usava a idéia
Exemplo de GIF que já usava a idéia

Mas esse diferencial acabou despertando o interesse de outros artistas, especialmente amantes da fotografia, como minha amiga Fabiana, sobre como fazer essas tais fotografias animadas, que têm sido chamadas, por Jamie, de cinemagraphs (algo como “cinemagrafias”).

Antes de tudo, é preciso ter em mãos um programa que trabalhe com imagens .gif animadas. Há dezenas, como o Photoshop, o Fireworks e até alguns gratuitos. E hoje em dia praticamente todo programa de edição de imagem suporta editar animações nesse formato. Basta pesquisar “como fazer gif animado” junto com o nome do programa que você mais usa, e provavelmente aparecerão vários tutoriais.

Este tutorial será bem genérico nesse aspecto, não se focando no uso de um programa específico, podendo ser aplicado até em contextos diferentes de um imagem GIF animada…

1. Obtendo as imagens que serão usadas: No caso do uso “artístico” do conceito, objetivo deste post, filme a cena da qual deseja fazer o GIF mantendo a câmera e outros elementos da cena que desejar em uma posição o mais imóvel possível.

2. Transformando o vídeo em gif animado: Há várias formas de se fazer isso. Há programas e sites que fazem isso automática e gratuitamente, como o GIFSoup, mas nem sempre com a qualidade desejada. Uma das formas ideias para GIFs de alta resolução como os de Jamie Beck é a explicada neste link, usando o Photoshop.

3. Fazendo a animação se repetir “suavemente”: Essa parte pode ser mais ou menos complicada dependendo do caso. As principais dicas são:

– Compare o primeiro quadro (ou frame; é cada imagem que compõe a animação e é exibida por uma determinada quantidade de tempo) com o último, e delete este se não estiver satisfatoriamente parecido com o primeiro. Repita o processo até que encontre um quadro suficientemente parecido.

– Se a dica anterior não tiver resolvido o problema, um truque que pode servir em algumas ocasiões é fazer a animação “inversa” logo após a animação normal. Ou seja, ir copiando os quadros anteriores ao último e adicionando ao final da animação, até chegar no primeiro, gerando uma sensação de “vai-e-volta” que em alguns casos nem dá pra ser notada e torna a transição entre repetições completamente imperceptível.

– Se a transição entre uma repetição e outra ainda não estiver imperceptível o suficiente, tente diminuir o tempo de duração dos últimos quadros, para a transição ser mais rápida.

– Se nada funcionar, pode ser necessário realmente editar as imagens de alguns quadros das formas mais diversas, das mais simples às mais complexas…

4. Mantendo determinadas partes da animação “imóveis”: Escolha um quadro que contém as partes imóveis do jeito que deseja, copie a imagem dele e apague nela as áreas que irão se mover. Faça com que essa imagem se repita para todos os outros quadros, sobreposta às imagens originais deles. Isso vai “tapar” com uma imagem estática tudo o que você não quer que se mova. O jeito de fazer isso pode variar dependendo do programa utilizado.

Salve o .gif animado de acordo com as instruções para o seu programa, e voilá, você fez um cinemagraph =D.

Caso alguém tenha dúvidas na criação e edição de .gifs animados usando algum programa específico, é só perguntar nos comentário que eu farei o possível para ajudar =).

PS.: Escrevi um tutorial de como fazer usando o Photoshop! Veja aqui.

Termo “ambigram” adicionado aos dicionários de inglês!

E aí, gente, tudo bem =D? Tenho uma notícia bastante interessante para os apreciadores de ambigramas que passam por aqui. Em 24 de Março de 2011 (quinta-feira passada), o termo ambigram começou efetivamente a se oficializar na língua inglesa ao ser incluído no Dicionário de Inglês Oxford. A lista completa das novas palavras pode ser vista aqui (tem até OMG e LOL na lista de abrevições, muito bacana =) ). Não, não é piada de Primeiro de Abril, nem teria por que ser =P.

A notícia começou a circular dia 28 de Março, em um artigo do site Ambigram Magazine, simplesmente o mais importante sobre essas fascinantes “palavras mágicas”. Várias das novas palavras andavam por aí há um bom tempo, a própria “ambigram” já existia desde os anos 80, cunhada por Douglas Hofstadter.

Daqui que o termo ambigrama comece a aparecer em dicionários em português pode demorar mais um bocado, mas estar oficializado na língua inglesa já é bastante gratificante a todos os “ambigramistas” (essa vai demorar mais ainda pra ser aceita =P) do mundo. Não estamos mais apenas fazendo coisas muito loucas com palavras que ninguém entende o que é, estamos fazendo ambigrams, e quem não souber procure no dicionário =D.

Artista da Semana #4: Jen Stark

Fred Einaudi, Peter Callesen, Hans Rudolf Giger… Percebi que os artistas abordados nesta seção até agora têm duas coisas em comum. Primeiro, de uma forma ou de outra podem ser classificados como surrealistas. E segundo, são homens.

Como um aspirante a artista eu mesmo, minha tendência ao perceber um padrão é querer quebrá-lo, não será diferente com este. Falarei hoje sobre a jovem artista americana Jen Stark.

Jen Stark cortando papel
Jen Stark cortando papel

Jen nasceu em 1983, em Miami, Florida, e estudou na Maryland Institute College of Art (MICA). Seus trabalhos são todos abstratos, e variam de desenhos e animações a esculturas de papel, tendo ela ficado mais famosa por estas últimas, que são simplesmente estonteantes.

Burst - papel cortado a mão
Burst - papel cortado a mão

Temáticas como o infinito, o impossível e a perfeição permeiam seus trabalhos, através do uso de formas e cores que parecem ter vida própria, frequentemente lembrando elementos da natureza.

Cosmological Constant - papel cortado a mão
Cosmological Constant - papel cortado a mão

High On Constellation - caneta de feltro sobre papel
High On Constellation - caneta de feltro sobre papel

Ainda sobre elementos da natureza, é possível notar uma interessante mistura de espontaneidade e complexidade, que possivelmente reflete a personalidade da artista, mas em verdade é uma característica presente em todos os fenômenos naturais.

Sunken Sediment - papel cortado a mão
Sunken Sediment - papel cortado a mão

O trabalho de Stark é um lembrete de que arte contemporânea e busca pelo belo andam juntas sim, e com muito mais frequência e intensidade do que se pensa. Mas isso é assunto para um outro post…

Para mais informações sobre essa bela e talentosa artista, confiram o site oficial.

Cyberpunk

Eu estava mastigando esta idéia há algum tempo…

Cyberpunk - técnica mista/instalação
Cyberpunk - técnica mista/instalação

Tanto tempo que acabei pensando em coisas demais para uma obra só. Este Cyberpunk é apenas o primeiro de uma série cujo nome ainda não escolhi, mas que já sei que conterá pelo menos mais 3 obras (Steampunk, Ecopunk e Nerdpunk), que são as que já foram esboçadas. Cada uma misturando materiais, técnicas e conceitos das formas mais estranhas e, espero, interessantes. Para terem uma idéia, esta é a mais convencional e sem graça da série…

Cyberpunk - detalhe
Cyberpunk - detalhe

Esta obra usa pedaços dos mais diferentes equipamentos eletrônicos, couro de uma carteira velha, plástico preto de encadernações, baterias de calculadora/relógio… Sem falar das engrenagens de papelão usando canetas e outros objetos como eixos, responsáveis pela possibilidade de o observador rotacionar o “moicano” do punk através da “maçaneta” na parte inferior.

Engrenagens de papelão atrás do Cyberpunk
Engrenagens de papelão atrás do Cyberpunk

Esse é inclusive um aspecto bastante interessante da obra, que a faz ser mais do que uma mistura de pintura, colagem e escultura, como o Coelho, mas também tem algo de instalação, com todas as inconveniências de acomodação ao ambiente inerentes ao gênero – mais especificamente, é necessário fazer uns buracos na parede pra colocar os eixos das engrenagens e acomodar a obra quando ela for exposta.

A verdade é que esse sistema ainda não está 100% funcional. As engrenagens foram mal projetadas (eu subestimei a complexidade por trás delas =P), e travam com frequência, e quando funcionam não funcionam na velocidade que eu desejava, por isso não fiz nenhum vídeo demonstrando o funcionamento ou algo do tipo. Felizmente agora sei como corrigir tudo isso, mas, como não há pressa, vou esperar as proximidades de uma oportunidade de expor para fazer os devidos ajustes.

Sobre os possíveis significados e motivações por trás da série, acho melhor comentar quando as obras estiverem todas prontas =).

P.S.: Se eu for continuar fazendo obras nesse estilo, vou ter que comprar uma câmera melhor… Por que meus trabalhos “planos”, como desenhos e pinturas, eu posso escanear com a resolução que eu quiser, mas esses tridimensionais me fazem depender da capacidade da câmera usada para registrá-los, que atualmente é péssima =P…