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A poesia em radiografia do Sentença de Sorte

Em fevereiro de 2015 eu estava passando por um momento complicado emocionalmente. Quase sempre nessas situações me recupero ao me voltar à arte, em especial a poesia. 

Inspirado por iniciativas como o Eu Me Chamo Antônio e o Pó de Lua e abraçando meu lado ilustrador, decidi experimentar um pouco com micropoemas e poemas visuais. Eu guardava muitas tranqueiras “para fazer arte algum dia”, dentre elas algumas radiografias. Não sei bem o que causou o estalo, mas em algum momento decidi usá-las como tela.

Assim surgiu o Sentença de Sorte

Resultados

Em 7 meses de atividade, produzi 22 artes e expus em eventos como o Abril pro Livro, o IV Controverso Urbano, Ciranda Literária e no evento de 1 ano do Dajaneladomeuonibus. Vendi algumas também, especialmente versões pequenas que eu fazia na hora em eventos. E mencionei o projeto na entrevista que dei para a TV PE em 2016 sobre diversas iniciativas minhas na época. Inclusive deixei uma das radiografias “no balaio” que dá nome ao programa:

Sorte Sentenciada

Desde setembro de 2015 a iniciativa está quase completamente parada e não tenho planos de retomá-la. Mas tenho planos de… ressignificá-la algum dia. Talvez incluir em um livro maior com meus poemas.  Além de colocar as restantes que fiz para vender em algum lugar.

Nesse meio tempo, fica aqui um registro das 22 artes feitas para o projeto. Também podem ser vistas no meu site, onde há algumas fotos adicionais.

A arte nos olhos de quem vê: 10 “constelações urbanas” inspiradoras

Eu e uma amiga estávamos conversando num café na Polidório, tentando ter mais ideias de projetos artísticos para inscrever no VI Salão UNICO. A que já tínhamos, “Invisíveis”, envolvia esculturas transparentes para mostrar realidades da cidade que parecemos nos recusar a ver.

De alguma forma, ao longo da conversa, a ideia evoluiu para mostrar novas coisas na cidade. Talvez projeções do que as pessoas achavam que deixaria determinado local melhor. Pensamos em coisas complexas, pensamos em Realidade Aumentada.

Alguns goles de café depois, surgiu a ideia do Constelações Urbanas. “Mas será que vai dar pra ver tanta coisa assim?”, foi a dúvida da minha amiga. Eu disse que achava que sim.

Abrimos o Google Maps e começamos a brincar. Depois de apontar dois ou três formas que enxerguei, ela se convenceu de que podia dar certo. Mais do que isso, começou a compartilhar da minha empolgação.

De um projeto que visava mostrar as coisas que as pessoas não viam na cidade, passamos para um projeto que mostra o que elas veem. E o que elas veem, meus caros, é arte :), e me sinto extremamente feliz toda vez que lembro que ajudei a criar esse ambiente para libertação da imaginação das pessoas.

E a ideia é que as constelações transcendam para as ruas. Selecionamos algumas para imprimir e colar em um muro em Nova Descoberta como parte do VI UNICO, e em breve devemos fixar outras pela cidade também.

Nesse pouco mais de um mês de projeto, pessoas de várias idades e de vários lugares diferentes já contribuíram, totalizando mais de 100 constelações aprovadas. A seleção abaixo mostra algumas das minhas favoritas:

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Cyberpunk

Eu estava mastigando esta idéia há algum tempo…

Cyberpunk - técnica mista/instalação
Cyberpunk - técnica mista/instalação

Tanto tempo que acabei pensando em coisas demais para uma obra só. Este Cyberpunk é apenas o primeiro de uma série cujo nome ainda não escolhi, mas que já sei que conterá pelo menos mais 3 obras (Steampunk, Ecopunk e Nerdpunk), que são as que já foram esboçadas. Cada uma misturando materiais, técnicas e conceitos das formas mais estranhas e, espero, interessantes. Para terem uma idéia, esta é a mais convencional e sem graça da série…

Cyberpunk - detalhe
Cyberpunk - detalhe

Esta obra usa pedaços dos mais diferentes equipamentos eletrônicos, couro de uma carteira velha, plástico preto de encadernações, baterias de calculadora/relógio… Sem falar das engrenagens de papelão usando canetas e outros objetos como eixos, responsáveis pela possibilidade de o observador rotacionar o “moicano” do punk através da “maçaneta” na parte inferior.

Engrenagens de papelão atrás do Cyberpunk
Engrenagens de papelão atrás do Cyberpunk

Esse é inclusive um aspecto bastante interessante da obra, que a faz ser mais do que uma mistura de pintura, colagem e escultura, como o Coelho, mas também tem algo de instalação, com todas as inconveniências de acomodação ao ambiente inerentes ao gênero – mais especificamente, é necessário fazer uns buracos na parede pra colocar os eixos das engrenagens e acomodar a obra quando ela for exposta.

A verdade é que esse sistema ainda não está 100% funcional. As engrenagens foram mal projetadas (eu subestimei a complexidade por trás delas =P), e travam com frequência, e quando funcionam não funcionam na velocidade que eu desejava, por isso não fiz nenhum vídeo demonstrando o funcionamento ou algo do tipo. Felizmente agora sei como corrigir tudo isso, mas, como não há pressa, vou esperar as proximidades de uma oportunidade de expor para fazer os devidos ajustes.

Sobre os possíveis significados e motivações por trás da série, acho melhor comentar quando as obras estiverem todas prontas =).

P.S.: Se eu for continuar fazendo obras nesse estilo, vou ter que comprar uma câmera melhor… Por que meus trabalhos “planos”, como desenhos e pinturas, eu posso escanear com a resolução que eu quiser, mas esses tridimensionais me fazem depender da capacidade da câmera usada para registrá-los, que atualmente é péssima =P…

Rabiscos de Caderno #1

Se vocês realmente acham que, quando passo muito tempo sem postar nenhum desenho novo por aqui, é porque de fato não ando desenhando nada, estão enganados… Arte é uma doença… que se cura com arte… que é uma doença… que se cura… enfim, deu para entender que não dá para parar. A questão é que nem sempre tenho tempo de fazer desenhos elaborados como os que posto aqui, então me contento em aliviar minha doença fazendo rabiscos em qualquer pedaço de papel que esteja por perto.

Estes esboços, por exemplo, foram desenhados em folhas de caderno ou em outros papéis que eventualmente usei para fazer cálculos ou anotações. Apenas “Brain Power”, “Wanna hear a joke?” e “Geomegician” foram desenhados em um sketchbook. Afinal, desenhar rabiscos num livro destinado a rabiscos não tem muita graça :P.

Alguns desses desenhos têm pouco mais de um ano, outros foram feitos há alguns dias. Achei interessante colocá-los aqui no blog porque mostram um estilo bem diferente do que pode ser visto nas minhas obras “oficiais”, embora seja um estilo que meus rabiscos quase sempre tiveram.

Conflito Interno

Um colega meu de faculdade, Adailson, é guitarrista de uma banda chamada Sexto Elemento, e me pediu para fazer a capa para o novo CD deles, Conflito Interno... Abaixo está a ilustração antes dos efeitos todos, feita com meus bons e velhos lápis de cor. Meio colorida demais :P.

E esta foi minha proposta de layout (que talvez Adailson não aprove) para a parte da frente do CD:

Como não me sinto bem cobrando a amigos/colegas/parentes, pedi como pagamento apenas uma cópia do CD quando sair, e a possibilidade de algum dia, em breve ou não, se não fosse muito incômodo, ensaiar e gravar uma música com eles xP… Acho que não devo ter comentado aqui que não canto mal (não só na opinião da minha mãe xD). Como ele nem relutou em aceitar o acordo, então creio que não deve achar que sou tão ruim também :D…

P.S.: A versão final da capa já foi definida. Os efeitos todos foram aplicados por Adailson.

Frente:

Verso:

An Offer He Can’t Refuse

An Offer He Can't Refuse

A idéia é antiga, tive mais ou menos na época das minhas primeiras ilustrações neste estilo, mas eu não conseguia fazer de jeito nenhum. Eu não havia encontrado uma foto de Marlon Brando como Don Vito Corleone que ajudasse no processo, além de que acho que na época eu estava tentando usar a frase inteira (“I’m gonna make him an offer he can’t refuse”), então desisti (o que prova que, apesar das aparências – afinal a impressão que causa é que dá para encaixar qualquer frase em qualquer rosto fazendo as devidas deformações – este tipo de ilusão de óptica é beeem difícil de fazer… e dentre as poucas vezes em que consegue ser terminado, só algumas poucas ficam realmente boas… No meu caso, por exemplo, acho que o único perfeito que fiz foi o “Why So Serious?“) . Mas ontem algo me fez lembrar da idéia, e miraculosamente achei uma foto perfeita, cheia de sombras, e fiz um esboço que hoje, quase agora, virou a imagem que acabei de mostrar.

Geneide

Tirando um pouco das teias de aranha depois de meses sem desenhar… Este é um dos vários pedidos de desenho que me fizeram ao longo do ano passado e só agora estou com tempo de fazer (nas férias eu estava ocupado também, me divertindo =P)… É o primeiro que estou fazendo, mas provavelmente foi o pedido solicitado mais recentemente…

Geneide - lápis de grafite sobre papel
Geneide - lápis de grafite sobre papel

Essa é a professora de português do cursinho em que estudei ano passado. Gosto muito dela, talvez por isso decidi fazer seu desenho antes de todos os outros que me pediram há mais tempo.