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Cyberpunk

Eu estava mastigando esta idéia há algum tempo…

Cyberpunk - técnica mista/instalação
Cyberpunk - técnica mista/instalação

Tanto tempo que acabei pensando em coisas demais para uma obra só. Este Cyberpunk é apenas o primeiro de uma série cujo nome ainda não escolhi, mas que já sei que conterá pelo menos mais 3 obras (Steampunk, Ecopunk e Nerdpunk), que são as que já foram esboçadas. Cada uma misturando materiais, técnicas e conceitos das formas mais estranhas e, espero, interessantes. Para terem uma idéia, esta é a mais convencional e sem graça da série…

Cyberpunk - detalhe
Cyberpunk - detalhe

Esta obra usa pedaços dos mais diferentes equipamentos eletrônicos, couro de uma carteira velha, plástico preto de encadernações, baterias de calculadora/relógio… Sem falar das engrenagens de papelão usando canetas e outros objetos como eixos, responsáveis pela possibilidade de o observador rotacionar o “moicano” do punk através da “maçaneta” na parte inferior.

Engrenagens de papelão atrás do Cyberpunk
Engrenagens de papelão atrás do Cyberpunk

Esse é inclusive um aspecto bastante interessante da obra, que a faz ser mais do que uma mistura de pintura, colagem e escultura, como o Coelho, mas também tem algo de instalação, com todas as inconveniências de acomodação ao ambiente inerentes ao gênero – mais especificamente, é necessário fazer uns buracos na parede pra colocar os eixos das engrenagens e acomodar a obra quando ela for exposta.

A verdade é que esse sistema ainda não está 100% funcional. As engrenagens foram mal projetadas (eu subestimei a complexidade por trás delas =P), e travam com frequência, e quando funcionam não funcionam na velocidade que eu desejava, por isso não fiz nenhum vídeo demonstrando o funcionamento ou algo do tipo. Felizmente agora sei como corrigir tudo isso, mas, como não há pressa, vou esperar as proximidades de uma oportunidade de expor para fazer os devidos ajustes.

Sobre os possíveis significados e motivações por trás da série, acho melhor comentar quando as obras estiverem todas prontas =).

P.S.: Se eu for continuar fazendo obras nesse estilo, vou ter que comprar uma câmera melhor… Por que meus trabalhos “planos”, como desenhos e pinturas, eu posso escanear com a resolução que eu quiser, mas esses tridimensionais me fazem depender da capacidade da câmera usada para registrá-los, que atualmente é péssima =P…

Conflito Interno

Um colega meu de faculdade, Adailson, é guitarrista de uma banda chamada Sexto Elemento, e me pediu para fazer a capa para o novo CD deles, Conflito Interno... Abaixo está a ilustração antes dos efeitos todos, feita com meus bons e velhos lápis de cor. Meio colorida demais :P.

E esta foi minha proposta de layout (que talvez Adailson não aprove) para a parte da frente do CD:

Como não me sinto bem cobrando a amigos/colegas/parentes, pedi como pagamento apenas uma cópia do CD quando sair, e a possibilidade de algum dia, em breve ou não, se não fosse muito incômodo, ensaiar e gravar uma música com eles xP… Acho que não devo ter comentado aqui que não canto mal (não só na opinião da minha mãe xD). Como ele nem relutou em aceitar o acordo, então creio que não deve achar que sou tão ruim também :D…

P.S.: A versão final da capa já foi definida. Os efeitos todos foram aplicados por Adailson.

Frente:

Verso:

Anatomia de Um Coelho

Anatomia de Um Coelho - técnica mista
Anatomia de Um Coelho - técnica mista

Este “coelho” é um coelho como o de Alice no País das Maravilhas, apressado, egoísta, materialista, preocupado com o trabalho, com o tempo, representando o homem moderno… Há, contudo, algumas diferenças interessantes (que de certa forma enfatizam a imagem original do coelho de Alice), e é aí que os materiais falam…

Anatomia de Um Coelho (detalhe)
Anatomia de Um Coelho (detalhe)
Anatomia de Um Coelho (detalhe)
Anatomia de Um Coelho (detalhe)

P.S.: Esta obra venceu na categoria Pintura do I Festival de Arte da UFPE, em maio de 2010.

Retrato de Jan Švankmajer

Já falei do artista plástico, animador e diretor tcheco Jan Švankmajer por aqui. Esta pintura de agora não precisava ser um retrato dele, já que o aspecto mais interessante dela (a mudança de aparência se vista com material translúcido azul) independe disso, mas resolvi homenageá-lo, além de que a “mensagem” desta obra acaba tendo um bocado a ver com a arte dele.

A verdade é que acabo também “homenageando” indiretamente vários amigos com esse desenho. Fabiana Peixoto, por ter me mostrado algumas imagens estereoscópicas há não muito tempo, o que certamente incubou na minha mente idéias como a dessa pintura. Clara Percílio, por ter me apresentado o trabalho de Jan Švankmajer e, principalmente, por ter me feito ter contato pela primeira vez com a máxima “A distância entre loucura e genialidade é medida apenas pelo sucesso”, que consiste mais ou menos na mensagem desta obra e, por fim, o meu grande amigo Arthur Soares, e seu blog A Insanidade, cujo nome acabei vendo enquanto pensava no que escrever no desenho (minha idéia inicial era escrever alguma coisa em tcheco, talvez Šílení mas a vista do blog me deu a idéia do insanidade/sanidade). Eis a obra:

Retrato de Jan Švankmajer - lápis de cor sobre papel
Retrato de Jan Švankmajer - lápis de cor sobre papel

Aqui eu tentei simular como a obra fica quando vista através de um material translúcido, como acetato, papel celofane, etc, azul. Dependendo do material, pode ser necessário ver através de duas camadas para se obter o efeito desejado.

Retrato de Jan Švankmajer - visão alternativa
Retrato de Jan Švankmajer - visão alternativa

P.S.: Há várias possíveis formas de exibir essa obra: mudando a cor da iluminação em um ambiente, fazendo uma “cortina” de celofane azul, até usar um óculos 3D convencional e fechar os olhos alternadamente é interessante. Na única exposição em que foi exibida até agora, foram usados óculos feitos com cartolina e papel celofane, projetados de modo a subentender que representam o “sucesso”.

Partida

Partida - guache e lápis de cor sobre tela
Partida - guache e lápis de cor sobre tela

Não há ilusão de óptica intencional nesta pintura, são só duas cabeças num tabuleiro de xadrez. De certa forma, contudo, acaba sendo uma ilusão de óptica, se tomarmos como seu conceito “enganar visualmente”, pois esta obra engana visualmente ao fazer o observador se sentir enganado sem que haja enganação alguma =P.

Dr. Pajé

Dr. Pajé - lápis de cor sobre papel
Dr. Pajé - lápis de cor sobre papel

Baseado, principalmente, no pensamento do médico e escritor americano Robin Cook, de que os médicos são tão endeusados que acabam sendo os xamãs modernos, detentores do “misterioso” poder de cura (e também de emagrecimento, de rejuvenescimento, de embelezamento…), quando na verdade a medicina é uma ciência tão incerta e sujeita a falhas humanas como qualquer outra.

A obra também é uma referência ao uso de produtos da Amazônia para fazer medicamentos de laboratório, mostrando que a medicina dos pajés não é tão inferior à nossa quanto se pode pensar.