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NDesign (ambigrama)

Algumas palavras pedem para virar ambigrama… E é quase impossível negar-lhes esse pedido de existência, insistentemente repetido em minha mente… “Crie-me, Victor!” (nossa, tô ficando obcecado com esse troço de ambigrama xP). Ok, chega de besteira. Tava sem nada pra fazer… Ou melhor, tinha um monte de coisa pra fazer (é sempre assim, perco mais tempo quando mais preciso dele) e resolvi fazer isso:

NDesign/NDesign

Esbocei a idéia no papel e depois fiz de qualquer jeito no computador. Sim, eu não sei bulhufas de tipografia.

Pra quem não sabe o que é NDesign, veja aqui. Falando nele… Que bagunça, viu… Espero que quando começarem pra valer as palestras, oficinas, visitas técnicas e tudo o mais (segunda-feira, 20 de julho) a coisa tome rumo… Até agora nada tem começado no horário (o que não é exatamente novidade, mas eu nutria esperanças de que a coisa fosse diferente num congresso nacional), o alojamento (acampamento na verdade), cheio de gente sem camisa, acabou tomando áreas que não estavam previstas inicialmente, fazendo todo o local do congresso parecer Woodstock… Mas parece que é porque tinha chovido ou algo do tipo. Vamos ver como as coisas se desenrolam.

P.S.: Foi massa o evento :)! Mudou minha vida… Apesar da desorganização e tudo o mais.

NDesign 2009

O 19º Encontro Nacional de Estudantes de Design (NDesign, ou apenas N), que acontecerá aqui em Pernambuco, começa amanhã e não estou empolgado. Eu estive bem mais animado para o ÉDesign PE (Encontro Estadual de Estudantes de Design de Pernambuco) 2008, que no final acabou sendo bem fraquinho, especialmente se comparado ao ÉDesign 2007 (primeiro evento de Design a que fui, embora eu não fosse, e ainda não seja, estudante de Design xP…), que foi muito bom. Inclusive a comissão organizadora desse N é praticamente a mesma do É 2007.

A verdade é que estou irritado. Não vou poder participar direito desse N. Um N, poxa! “Um dos maiores acontecimentos de Design da América Latina”, uma oportunidade única de conhecer pessoas interessantes do país inteiro, do exterior talvez, e de aprender muuuuita coisa legal. Quando é que vai ter outro evento desses em Pernambuco? Mas, infelizmente, como não estou de férias do IFPE, e estamos em fim de período por lá, não posso me dar ao luxo de faltar muitas aulas na semana do evento, até porque em muitas delas serão aplicadas provas. Isso automaticamente me impede também de ficar no alojamento do N, já que vou ter que voltar pra casa todo dia, o que me lembra de outro problema: a sede do evento vai ser longe pra caramba (numa faculdade em Olinda), pelo menos pra mim, levo mais de uma hora pra chegar, o que significa que também não vou poder ficar para as festas, que acontecerão muito tarde. Felizmente estou em recesso do pré-vestibular, por isso vou poder comparecer ao evento todos os dias à tarde.

Outra coisa ruim é que seria uma boa oportunidade de mostrar meu trabalho como artista plástico através de uma atividade do N chamada “Expobit”, mas quando fui pensar nisso as inscrições para ela já haviam acabado. Mas tudo bem, é melhor que minha exposição no CAC-UFPE em agosto seja a minha primeira, já que haverá mais divulgação da mídia em cima dela e “um artista plástico de 17 anos expondo pela primeira vez” soa mais interessante. Eu também poderia ter me inscrito para ministrar uma oficina de ambigramas ou coisa assim, mas tudo bem, fica para a próxima.

Falando na minha exposição, ela é outro dos motivos que me impedem de relaxar e entrar de cabeça no NDesign, pois esta semana será a penúltima antes de exposição, e na última tudo já deve estar pronto, todas as obras com o coordenador da Galeria, emolduradas… Embora eu ainda vá resolver alguns aspectos (quase todos, na verdade) relativos à exibição dos ambigramas (que já é outra preocupação que me impedirá de curtir plenamente o evento). Mas tudo bem, vou fazer o possível e tentar interagir e aprender o máximo que puder.

Negro/Branco

Este ambigrama é de um tipo novo, o primeiro tipo realmente inventado por mim, cujo nome ainda não decidi qual vai ser :P. Usa o mesmo princípio visto em Retrato de Jan Švankmajer. A verdade é que esse ambigrama faz parte de um outro desenho meu (no mesmo estilo do anterior) chamado Vitiligo, que não publicarei na internet até o fim da minha exposição (que acontecerá de 3 a 21 de Agosto). Abaixo está a leitura que será vista no desenho normal, onde lê-se “Negro” (não muito claramente, admito, mas fiz o que pude).

Negro/Branco
Negro/Branco

E agora, simulação de como se veria o texto através de duas camadas de papel celofane azul:

Branco
Branco

E, apesar de não estar nos planos fazer isso quando o desenho com o ambigrama for exposto, mostro abaixo como se veria o texto através de duas camadas de papel celofane vermelho:

Negro
Negro

Definição de Ambigrama

Algumas pessoas comentaram que minhas últimas produções na área de ambigramas (como Why So Serious? e Nirvana) “podem estar mal-classificadas, por talvez não poderem ser realmente chamadas de “ambigramas”. Eu acredito que minha classificação esteja correta. Irei argumentar, mas também levantarei algumas questões e exporei os grandes problemas de tentar se definir o que, de fato, é um ambigrama. Estou escrevendo este post em português e inglês porque gostaria de ouvir a opinião de outros ambigramistas, sendo a maioria dos que conheço estrangeiros e falantes de inglês (embora nem sempre como língua nativa), como Nagfa, ou o próprio John Langdon (pra quem não sabe, o cara dos ambigramas do livro/filme Anjos e Demônios).

Vamos começar pelo significado literal da palavra, que por enquanto ainda é um neologismo em português (não existe no dicionário). Ambi- significa “ambos”, “dois ao mesmo tempo” (veja palavras como ambidestro, ambiguidade…), e -grama significa “leitura”, “letra”, “texto escrito”, “registro” (veja palavras como gramática, anagrama, eletroencefalograma…), logo, o termo significa “duas leituras ao mesmo tempo”. Para alguns, portanto, pode parecer óbvio que ambigramas só envolvem letras e/ou palavras, isso porque essas pessoas associam “leitura” a coisas escritas em linguagem verbal, mas o fato é que se pode “ler” coisas não-verbais. Tudo que possui uma linguagem (linguagem visual, linguagem sonora, linguagem corporal…) pode ser lido, interpretado.

Eis o grande problema. Minha irmã chegou a brincar comigo dizendo que eu chamo tudo de ambigrama… Disse que se eu visse um travesti eu diria que era um ambigrama, que se eu visse um ornitorrinco eu diria o mesmo =D… É realmente complicado. Será que as pinturas de Arcimboldo não podem ser chamadas de ambigramas? O vaso de Rubin, algumas pinturas de Salvador Dalí? Este é o momento em que alguém levanta da cadeira e diz “Peraí, isso já tem nome! São ilusões de óptica!”. Bingo. Realmente são ilusões de óptica, mas a questão é que o conceito de ambigrama, sob minha perspectiva, vai muito além do de ilusão de óptica. Músicas que digam coisas diferentes se tocadas de trás pra frente, por exemplo, seriam ambigramas. Contudo, uma comida que tenha coisas quentes e coisas geladas, ou coisas doces junto com coisas salgadas, não seria um ambigrama, uma vez que um ambigrama é uma coisa única que possui “duas leituras ao mesmo tempo“, mesmo que as duas leituras não sejam perceptíveis ao mesmo tempo.

Creio ser a hora de enunciar a definição que proponho. Ambigrama é todo elemento que, sem sofrer alterações em seu conteúdo, pode ser conscientemente percebido de duas ou mais formas por pelo menos um dos sentidos humanos. Isso incluiria desde ilusões de óptica a músicas que fazem sentido tocadas de trás para frente, além de outras coisas que os humanos ainda nem inventaram =P. Eu gostaria de saber o que pensam dessa definição.

Gorjeio

Viral.

Se me pedissem para definir o twitter em no máximo 140 caracteres, essa seria a minha resposta (sim, sou econômico). Ele é o atual representante maior da viralidade, da dinamicidade, da pressa e da impaciência da internet. É realmente uma revolução nos meios de comunicação… Mas… Eu ainda tenho dificuldades em entender por que deu certo.

Se me apresentassem a idéia do twitter (antes dele existir, lógico), eu a acharia ridícula. Pessoas mandando mensagens curtas, e, quem quisesse acompanhar as mensagens curtas dessas pessoas, as seguiriam. Que coisa inútil. Os meios já existentes, como blogs, sites de relacionamento e Instant Messengers, já davam pro gasto – não que fizessem a mesma coisa que o twitter, mas tornavam o twitter redundante. Pensando assim, eu estaria certamente ignorando dois fatores cruciais para a atual importância do twitter:

1 – Dinamizar e agilizar o contato com notícias, podendo-se não só obtê-las em sua página inicial, vindo dos mais variados jornais nas mais variadas línguas, como também ser informado delas através de outras pessoas.

2 – Proporcionar maior proximidade entre celebridades e público. Eu diria até que esse é o “ganha pão” do twitter. Se não houvesse celebridades loucas para serem “seguidas” e dispostas a fazer muitas coisas para isso, o twitter não seria tão grande como é hoje, talvez nem digno de atenção.

Apesar desses motivos, não consigo deixar de pensar que o twitter é apenas uma febre. Talvez isso seja mais meu desejo do que a minha opinião realista. Como falei, o twitter revolucionou a comunicação, uma revolução sutil e ao mesmo tempo brusca demais… Não houve tempo de pensá-la e discutí-la, ela simplesmente aconteceu e ainda está acontecendo, e qualquer conclusão que tiremos sobre ela, a essa altura, não irá detê-la. Não houve tempo de perguntar se é uma revolução boa…

Numa época onde as pessoas estão se tornando cada vez mais anti-sociais, tendo relações cada vez mais curtas e superficiais com as outras pessoas e até com o mundo, o twitter surge para dar corda a essas pessoas, a essa maneira de interagir com os outros. Não é só porque uma criança gosta de chocolates que você vai começar a dar chocolates a ela o tempo inteiro, não a fará bem… Mas infelizmente esse é um dos mandamentos de quem quer fazer sucesso na nossa sociedade consumista e impaciente por chocolate. E é justamente isso o que o twitter faz (e quem há de culpá-lo?), só não houve tempo de apurar se o chocolate do twitter é saudável, ou se agilizará o processo (inevitável?) de minimalização, embora multiplicação, das relações humanas (a diabetes da sociedade pós-industrial?).

A propósito, meu twitter xD.

"Victor Maristane, 17 anos, artista plástico"

Anteontem enviei um e-mail a André Dahmer, apresentando meu trabalho como artista plástico. Ele gostou, divulgou no seu twitter, trocamos alguns e-mails, e o resultado foram 1069 visitas a este humilde blog ontem (hoje o número caiu deprimentemente, como eu já esperava. Está na faixa das 60 visitas, o que já é mais do que nos outros dias antes da divulgação). Eu já agradeci por e-mail, mas quero registrar aqui, publicamente, minha gratidão, não só a ele como a todos os que visitaram este blog e gostaram.

A propósito, criei um twitter também. Não estou muito empolgado, mas me surpreendi com a quantidade de pessoas que o usam, e a velocidade e eficiência com que as coisas se espalham ao utilizarem-no como meio de circulação.

Ambigramas #7

Bom, acho que já é hora de fazer um pouco de divulgação de verdade deste blog. Vou mostrar meu trabalho para o cartunista, e até certo ponto ídolo, André Dahmer, acho que ele vai gostar. Fiz até um ambigrama com o nome do site dele (um dos poucos que acesso diariamente, há anos – embora há anos o Dahmer não atualize diariamente).

malvados/malvados
malvados/malvados

Falando em ídolos, meu ambigrama-desenho do Malcolm McDowell despertou minha vontade de fazer ambigramas sobre Laranja Mecânica. Fiz um “convencional”, de rotação…

laranja/mecânica
laranja/mecânica

E um de um tipo que chamo de “espaço negativo”, que é um conceito artístico referente ao espaço ocupado por tudo menos o objeto que se observa, aplicado em técnicas de desenho e pintura, e de fácil observação em ilusões de ótica como o vaso de Rubin. Ficou ruim em relação aos outros nesse estilo que já vi por aí, mas é um bom começo…

clockwork/orange
clockwork/orange